quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Brasileiro - Povo sem Memória

¨Quando leio um texto como este, fico imaginando como pode um povo não ter memória, e ver que é este o grande motivo da situação do nosso País.
Dedico este humilde site aos Pracinhas brasileiros que lutaram bravamente e se sacrificaram pelo sonho de um mundo melhor e mais humano¨

Brasileiros não reconhecem participação dos pracinhas na Segunda Guerra
A falta de oportunidades para relatar suas experiências e falar sobre a guerra aumentou a amargura dos pracinhas, que sofrem com o esquecimento da sociedade sobre sua história
O Brasil não soube reconhecer o sofrimento suportado pelos pracinhas durante a Segunda Guerra Mundial, tampouco o empenho por eles empreendido nas batalhas. O país também não deu voz para que os veteranos pudessem contar suas experiências. A avaliação é do historiador Cesar Campiani Maximiano, que passou seis anos realizando entrevistas e coletando material sobre a experiência de guerra dos soldados brasileiros que sobreviveram aos combates na Europa, entre 1944 e 1945.
Munidos de fuzis e do idealismo típico da juventude, cerca de 25 mil brasileiros embarcaram para as frentes de combate italianas e arriscaram suas vidas para derrubar os regimes nazi-facistas europeus. "Eles acreditavam que, lutando contra Hitler e Mussolini, dariam sua contribuição para a construção de um mundo melhor", explica Cesar, que defendeu tese de doutorado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFLCH) da USP.
Segundo o historiador, o reconhecimento reclamado pelos veteranos não são superproduções cinematográficas sobre a guerra nem grandes paradas militares - típicas dos norte-americanos. Cesar diz que os pracinhas gostariam apenas que a Força Expedicionária Brasileira (FEB) - nome que se deu à divisão de infantaria do exército brasileiro enviada à Itália sob comando de Washington - fosse mais lembrada pela população e também melhor estudada nas escolas.
"Os pracinhas acreditavam que, lutando contra Hitler e Mussolini, dariam sua contribuição para a construção de um mundo melhor"
O esquecimento, continua Cesar, ocorre principalmente porque os ex-combatentes da FEB não tiveram a oportunidade de relatar suas experiências de guerra. "Os veteranos não tiveram voz, provavelmente porque eram pessoas simples, em sua maioria trabalhadores e operários sem muito estudo, cuja opinião não costuma ser ouvida pela sociedade brasileira", explica Cesar.
Lado humano da guerra

Um dos principais motivos que levaram Cesar a estudar o tema foi a pouca informação que se tem sobre a experiência e a vivência dos soldados brasileiros nas frentes italianas. Para ele, a história produzida sobre a participação do Brasil na guerra peca por ser desequilibrada - ou possui um caráter laudatório ou depreciativo.
Escutar o que os veteranos têm a dizer, segundo Cesar, foi um dos pontos mais complicados da pesquisa devido à dificuldade de comunicação que se impõe sobre pessoas que passaram por experiências completamente distintas. "É extremamente difícil para uma pessoa que sempre viveu em situações de paz entender o que um soldado sente durante a guerra."
Além disso, os veteranos costumam ser pessoas fechadas, que carregam consigo grande carga de recordações traumáticas. Dentre elas, o historiador enumera transtornos psicológicos chamados "neuroses de guerra" - que levaram muitos a cometerem suicídio após retornarem da Europa. A proximidade e a convivência com a morte também é uma das recordações mais lembradas pelos pracinhas.
"Eles matavam e viam gente morrendo o tempo todo. Muitas vezes também tinham de se alimentar e dormir ao lado de cadáveres. Essa situação brutalizava os soldados, tornando ainda mais complexa sua readaptação à sociedade", explica Cesar.


FONTE: Site da USP

Um comentário:

  1. Infelizmente, meu amigo, a assertiva bate de frente à nossa cultura imediata e consumista, Os heróis de hoje são os BBB do Biau e da BOBO. Já aqueles que lutaram por esse país tem até seus nomes de ruas substituídos por politiqueiros de ocasião.
    Sê assim, perseverante e continua nesta luta de Davi e Golias.
    Fraternal abraço gaudéirio.
    Tenente Bayerlle
    Brigada Militar

    http://policia-academica.blogspot.com

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